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Baby Driver

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Muitos cineastas usam seu cinema apenas para autopromoção. Criam obras arrogantes e ininteligíveis com o intuito de assim parecerem mais “artistas”. É gratificante ver pessoas que mantém os filmes como entretenimento escapista mas mesmo assim sem deixar de ser inteligente e desafiador. Edgar Wright é um especialista nesse tipo de filme e em meio a mais uma safra de filmes cabeça ele nos traz um trabalho feito com coração.

Baby é o protagonista, um garoto que é excelente motorista e por isso é recrutado em serviços de fuga para assaltantes profissionais. Ele também é calado e constantemente está com seus fones de ouvido ouvindo músicas que abafam um zunido adquirido após um acidente trágico na infância. Aos poucos vamos conhecendo mais camadas de sua personalidade quando ele decide abandonar a vida de crimes pra poder trazer mais segurança a seu pai adotivo e também para sua talvez futura namorada.

Em “Baby Driver” cada um dos elementos existe com um forte propósito, bela execução e com todos os ingredientes para se tornarem icônicos em um filme em que nada é feito por acaso. A trilha sonora é uma sequência ininterrupta de clássicos, o figurino tem personalidade marcante, a edição tem aquela técnica inimitável do diretor de acompanhar a trilha sonora, o roteiro é cheio de ótimas sacadas e reviravoltas em cima de mais reviravoltas e o elenco está bem escolhido e entrosado. Pode se argumentar que os coadjuvantes não têm um arco ou personalidades mais aprofundadas, porém isso é uma forma de simplificar o filme e poder focar no conjunto.

Em meio a uma preguiçosa enxurrada de remakes e adaptações é um alívio conhecer personagens novos em um filme original. “Baby Driver” prova também que nem todo filme escapista precisa ser vazio e genérico, é sempre melhor quando ele nos acompanha pelo resto da vida e não apenas em um final de semana monótono. Baby é um personagem estiloso que age mais do que se explica, necessita de apoio musical pra se erguer e sabe que a emoção importa mais do que a razão. Pode se dizer que Baby é o cinema.

Hélio2


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